CCJ aprova projeto que inclui violência digital entre os crimes previstos na Lei Maria da Penha
- FORTE POR SER MULHER
- 7 de out.
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, por unanimidade, nesta quarta-feira (1º), o projeto de lei (PL 116/2020) que reconhece a violência eletrônica contra a mulher como uma das formas de agressão previstas na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).
De autoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), o texto recebeu parecer favorável do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e foi aprovado em decisão terminativa — ou seja, seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para votação no Plenário do Senado.
O que muda com o projeto
O PL 116/2020 atualiza a Lei Maria da Penha para incluir as formas de violência praticadas por meios eletrônicos, como:
perseguição digital (conhecida como stalking);
divulgação ou exposição indevida da intimidade da mulher;
chantagem, ameaças e constrangimentos virtuais;
ataques à imagem e à reputação em redes sociais ou aplicativos de mensagens.
O projeto deixa claro que as violências psicológica, sexual, patrimonial e moral — já descritas na lei — também podem ocorrer no ambiente digital, exigindo, portanto, o mesmo tratamento legal e a mesma proteção garantida às vítimas em casos de violência física ou doméstica.
A importância da atualização
Ao defender a proposta, a senadora Leila Barros destacou que a tecnologia e as redes sociais criaram novas formas de violência contra a mulher, que exigem atualização das leis e políticas públicas.
“As vítimas são frequentemente alvo de humilhações, constrangimentos e ataques virtuais, que afetam a autoestima, a intimidade e a segurança”, afirmou a parlamentar.
O relator da matéria, senador Veneziano Vital do Rêgo, reforçou que a proposta dá mais clareza à atuação da Justiça e fortalece a repressão aos crimes digitais de gênero.
“É oportuno e meritório o acréscimo que está sendo proposto, pois, infelizmente, tem crescido exponencialmente a utilização de meios eletrônicos para a prática de toda sorte de abusos e violências, inclusive contra a mulher”, afirmou.
Proteção que acompanha o tempo
O avanço tecnológico trouxe benefícios, mas também novas formas de agressão, que afetam principalmente as mulheres. O reconhecimento da violência digital como crime é mais um passo para garantir a segurança e a dignidade das mulheres em todos os espaços — inclusive os virtuais.
📞 Se você for vítima de violência digital:
Guarde prints, mensagens e links como prova;
Denuncie pelo Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher);
Procure a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) mais próxima.